domingo, 30 de novembro de 2008

“Livre é quem vive de fé em fé”.


Tive a oportunidade de conhecer alguns servos de Deus que marcaram na minha vida. Recordar alguns deles é compartilhar o quanto fui inquietado pelo que chamo de Educação Cristã Revolucionária, nas palestras, entrevistas e diálogos. Na década de 80, em diversos acampamentos promovidos pelo MILAD (Missão Louvor e Adoração) conheci e tive vários diálogos com Pr. Nelson Jr., Wesley, e Beto – percussionista do grupo que primeiro me despertou o amor pela percussão. Estivemos juntos em eventos da Mocidade Para Cristo em Brasília, num acampamento em Maceió, em Show no Recife e em Caruaru, etc. Aprendi que o louvor daqui era importado da Europa ou EUA, e que não era pecado brasileirizar nossos cânticos, expressando a adoração com nossa cultura. As canções eram chorinho, samba, pop, etc. As letras de uma criatividade, poesia e inspiração que não deixavam dúvidas em relação a fonte. Nesta época só o órgão (sacralizado) era aceito nas igrejas, era proibido “bater palmas” e já surgia a polêmica do músico profissional. Aprendi que “santo é quem toca, não o instrumento”, que advogado, médico, policiais (etc) se convertiam e não precisavam abandonar sua profissão. Que culto vai além das 4 paredes e que liturgia era pra ser aplicada na nossa existência e não apenas das 19:30 às 21hs. O MILAD - Ministério de Louvor e Adoração, é fruto da visão que Deus concedeu para formar um ministério que pudesse agenciar trabalhar nas áreas de "artes-cristãs". Além do grupo musical chamado: "Água Viva", com músicos profissionais-cristãos, desafiados a darem em tempo integral no atendimento das inúmeras oportunidades de trabalho entre adultos, jovens, adolescentes e crianças, realizando apresentações musicais evangelísticas e ministração de Louvor e Adoração. Depois surgiu grupo de dança (muito diferente do que vemos hoje), de artes plásticas, e tantos outros.
Milad hoje está na internet com toda sua história para quem quer relembrar ou conhecer: www.milad.com.br Seus discos, na época em que surgiu a nata da música cristã contemporânea brasileira, são preciosidades para quem possui. Muito difícil destacar uma canção que me chamou mais atenção ou que me marcou. Mesmo assim, escolhi “NAVIO NEGREIRO” (Gladir Silva Cabral), está no 5º, dos 9 Cds que gravaram. Canção também gravada pelo Quarteto Vida e João Alexandre.
Cruzando o tempo, daqui se vê
Muito negreiro, vendendo o quê?
Traz escondido em seu mar querer
Áfricos, Tráficos, vida e ser
Vagando as ondas, escuto a dor
Feito um lamento, ai meu Senhor!
Onde a razão trata do furor,
Canta vingança da clara cor...
Por todo mar, liberdade!
Há muito tom, liberdade!
Cada lugar no oceano
Faz onda como desejar
Toda corrente é quimera só,
De quem pretende guardar a nó
A força, a vida de um ser melhor,
A força, a vida de um ser menor.
Quem é mais livre, corrente ou pé?
Mordaça ou voz, sombra ou luz, até...
E eis o silêncio, a resposta é:
“Livre é quem vive de fé em fé”.

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